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Poliomielite: conheça os riscos de não imunizar as crianças

O Centro de Vacinas Pequeno Príncipe alerta que as sequelas deixadas pela doença perduram por toda a vida e podem ser fatais

poliomielite
Uma cobertura vacinal abaixo de 95% de adesão aumenta os números de crianças suscetíveis à poliomielite.

A vacinação é a principal forma de prevenção para muitas doenças. Neste Dia Mundial de Combate à Poliomielite, o Pequeno Príncipe reforça a necessidade de imunização de crianças e adolescentes. Em 2021, a cobertura vacinal contra a pólio ficou em 70%, segundo o Datasus. Em dez anos, as taxas caíram quase 30%, o que representa inúmeras crianças sem a proteção necessária e suscetíveis às sequelas graves provocadas pela doença.

A queda nos números de imunização acende o alerta para a volta da circulação do vírus da pólio entre a população, inclusive no Brasil. O último caso da doença no país foi em 1989, e em 1994 a região das Américas recebeu o selo de erradicação da Comissão Internacional para a Certificação da Poliomielite. No entanto, em 2022, as notícias não são animadoras. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) colocou o Brasil na lista de países com alto risco de reintrodução da enfermidade.

Neste ano, no Oriente Médio, uma criança com paralisia foi diagnosticada com pólio, outras seis crianças também foram diagnosticadas, assintomáticas e sem contato próximo com o primeiro caso. Além disso, os Estados Unidos divulgaram, em julho, que um morador do país teve a doença. “Esses novos casos no mundo só reforçam mais uma vez a importância da vacinação. É um grande equívoco pensar que a doença está erradicada permanentemente sem realizar a vacinação continuamente para todas as crianças, pois a não adesão à vacina da poliomielite leva à quebra da cadeia de proteção. O risco da reemergência da enfermidade, principalmente para as crianças, é iminente, e as sequelas perduram pela vida toda. Uma cobertura vacinal abaixo de 95% de adesão aumenta os números de crianças suscetíveis à enfermidade”, alerta a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.

Risco de retorno dos casos de pólio

A doença, que pode ser fatal, já teve coberturas vacinais altas. No entanto, a baixa procura pelo imunizante tem causado apreensão entre os especialistas. Por exemplo, o sarampo, que também tem na vacina a única forma de prevenção, foi erradicado no Brasil em 2016, porém, nos últimos anos, voltou a apresentar casos. Em 2021, foram registrados quase 700 casos de sarampo, com dois óbitos de bebês menores de 1 ano no país.

Enquanto os vírus do sarampo e da pólio estiverem circulando pelos países, o risco de uma criança ser contaminada é grande. Segundo dados da OPAS, uma em cada 200 infecções leva à paralisia irreversível, geralmente das pernas. Entre esses casos, de 5% a 10% vão a óbito por paralisia dos músculos respiratórios.

Sequelas da poliomielite

As sequelas da pólio estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro. Grande parte dessas consequências é motora e não possui cura. Entre as principais estão:

– dores nas articulações, pé torto – conhecido como pé equino, quando ao caminhar o calcanhar não encosta no chão;
– crescimento diferente das pernas;
– osteoporose;
– paralisia de uma das pernas;
– paralisia dos músculos da fala e deglutição;
– dificuldade de falar;
– atrofia muscular; e
– hipersensibilidade ao toque.

A poliomielite

A doença é altamente infecciosa e afeta especialmente crianças menores de 5 anos de idade, mas pode atingir também outras faixas etárias, especialmente pessoas imunossuprimidas. A transmissão ocorre por contato direto pela via fecal-oral, gotículas de secreções expelidas ao falar, tossir ou espirrar, por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de pessoas com o vírus da pólio. A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária são fatores que favorecem a transmissão da doença.

Para a especialista, cada organismo reage de uma forma diante do vírus, embora alguns sintomas sejam mais comuns, como febre, dor de cabeça, espasmos, rigidez na nuca e flacidez muscular, portanto a vacinação na faixa etária correta é fundamental. “A vacinação é a única forma de prevenção. O esquema vacinal primário consiste em três doses – aos 2, 4 e 6 meses – e depois duas doses de reforço, entre 1 e 5 anos de idade, de preferência utilizando a vacina inativada de poliomielite”, explica a pediatra.