Instituída em 1973, a iniciativa é referência mundial de política pública em saúde e segue os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)
Há 50 anos, o Brasil deu um passo histórico em direção à saúde pública de qualidade com o lançamento do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Considerado um dos maiores do mundo, o PNI oferta 45 diferentes imunobiológicos e segue os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), como universalização, equidade e integralidade. A iniciativa tem um papel vital na prevenção de doenças, promoção da saúde e proteção da população brasileira em todas as faixas etárias por meio da vacinação.
O Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital pediátrico do país, defende a vacinação como um direito de todas as crianças e adolescentes. “A vacinação é um ato de cidadania. Além da autoproteção, contribui para toda a sociedade. Os pais e responsáveis têm o dever de vacinar as crianças, por sua responsabilidade de proteção delas”, alerta o diretor-técnico do Hospital, Donizetti Dimer Giamberardino Filho.
Para a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe – unidade que atua há mais de 20 anos na imunização de pessoas de todas as idades –, Heloisa Ihle Giamberardino, a vacinação é uma das ações mais bem-sucedidas da saúde pública de todos os tempos. “Em dois séculos, as vacinas foram responsáveis pelo aumento de cerca de 30 anos na expectativa de vida das pessoas”, ressalta.
Durante estas cinco décadas, o PNI foi responsável pela erradicação de doenças, redução da mortalidade infantil e prevenção e contenção de epidemias. Embora a imunização tenha sido consolidada na população, com a pandemia de COVID-19 a cobertura vacinal caiu em todo o mundo. Em 2022, 20,5 milhões de crianças deixaram de receber uma ou mais vacinas – quatro milhões de crianças a menos do que em 2021, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Essa queda vacinal possui problemas tanto do ponto de vista individual como coletivo. “Além de expor a pessoa a um quadro infeccioso com todos os sintomas clínicos, pode evoluir com sequelas permanentes e até levar ao óbito. Já do ponto de vista coletivo, é alarmante, pois uma pessoa infectada, por exemplo, com o vírus do sarampo pode transmitir a doença para uma média de 12 a 18 pessoas não vacinadas”, conclui a pediatra.
– 1960: vacinação em massa mostrou poder de erradicação de doenças, como a varíola.
– 1973: formulado e aprovado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), por determinação do Ministério da Saúde.
– 1975: institucionalizado o PNI, que passou a coordenar as atividades de imunizações desenvolvidas rotineiramente na rede de serviços.
– 1980: inicia-se a 1.ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia.
Fonte: Ministério da Saúde