Cada indivíduo tem um histórico vacinal e de saúde diferente. Por isso, o ideal é avaliar a caderneta de vacinação com o médico ou um profissional de saúde habilitado
Manter a caderneta de vacinação atualizada é a forma mais segura e eficaz de cuidar da saúde individual e coletiva. Mas muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a necessidade de reforço de vacinas, sobre a realização de testes sorológicos e sobre os riscos de repetir uma dose.
Cada indivíduo tem um histórico vacinal e de saúde diferente. Por isso, o ideal é avaliar a caderneta com seu médico de confiança ou um profissional de saúde habilitado que atue na área de vacinologia, o qual saberá orientar acerca do melhor momento para aplicar reforços.
“Seguimos tanto o Programa Nacional de Imunizações [PNI] como os calendários das sociedades científicas de Pediatria [SBP] e de Imunizações [SBIm]. Os calendários, além de convergentes, especificam intervalos e público-alvo de cada vacina. Reforços vacinais são necessários para manter o nível adequado de anticorpos frente a uma situação de exposição a doenças transmissíveis”, orienta a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
A necessidade de reforço depende de vários fatores: faixa etária, tipo do imunizante, se são vacinas atenuadas ou inativadas e tipo da plataforma de produção da vacina. Algumas conferem imunidade duradoura com apenas uma dose, enquanto outras exigem reforços periódicos para manter a proteção ativa. Isso acontece porque a quantidade de anticorpos gerada pode diminuir com o tempo, especialmente em imunizantes inativados.
Por exemplo, a vacina contra tétano e difteria (dT) deve ser reforçada a cada dez anos, enquanto a da gripe precisa ser aplicada anualmente, já que o vírus sofre mutações frequentes. A vacina DTpa, para proteção de coqueluche, ao longo do tempo, também apresenta queda de anticorpos, em geral após cinco anos.
– Tempo desde a última dose — seguir o intervalo de cada vacina.
– Situações de risco — como a exposição do profissional da saúde, viagem para áreas endêmicas ou ferimentos.
– Testes sorológicos — podem indicar ausência ou queda de anticorpos.
Os testes sorológicos não são recomendados de forma rotineira para toda a população e podem apresentar discrepâncias em alguns resultados. Portanto, só devem ser solicitados em situações de exceção.
Esses testes são indicados principalmente para:
– profissionais de saúde, especialmente para hepatite B, com controle recomendado de 30 a 60 dias após o esquema vacinal;
– pessoas com imunossupressão ou doenças crônicas, quando há dúvida sobre resposta imunológica; e
– pacientes em situações especiais, como exposição a riscos ocupacionais (exemplo: hepatite B).
Vale destacar que, no caso da COVID-19, os testes disponíveis não são recomendados para avaliar resposta vacinal, pois não foram desenvolvidos para esse fim.
Na dúvida, é melhor vacinar — e não há problema em receber uma dose extra de vacinas, desde que respeitado o intervalo mínimo entre aplicações, que em geral é de 30 dias.
Algumas pessoas não desenvolvem resposta imunológica, mesmo após o esquema completo de vacinação — são os chamados não respondedores. Isso pode ocorrer por fatores genéticos, uso de medicamentos imunossupressores ou condições clínicas específicas.
Nesses casos, o profissional de saúde pode indicar uma dose adicional, repetir o exame sorológico e avaliar a necessidade de mais reforços, com esquema vacinal alternativo.
Acompanhe os conteúdos também no Instagram do CEVA e fique por dentro de informações de qualidade.