No Brasil, a pneumonia e a meningite são responsáveis por 81% e 12%, respectivamente, dos óbitos por infecção pneumocócica
A doença pneumocócica é responsável por 15% de todas as mortes de crianças menores de 5 anos no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na América Latina e no Caribe, as infecções pneumocócicas causam, aproximadamente, 28 mil óbitos infantis por ano. Além disso, são consideradas a maior causa de mortalidade infantil por uma enfermidade imunoprevenível,ou seja, prevenida por vacinação.
Em adultos, a partir de 50 anos, e pessoas com problemas de saúde preexistentes, a pneumonia pneumocócica é considerada de alto risco. No Brasil, a pneumonia e a meningite são responsáveis por 81% e 12%, respectivamente, dos óbitos por infecção pneumocócica, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
“Os dados epidemiológicos mostram a importância de proteger-se contra a pneumococo por meio da vacinação. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) reforça os cuidados principalmente durante o inverno. Esse é o período em que a doença pneumocócica é mais comum e pode agravar-se quando associada ao vírus da gripe”, diz a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
São infecções causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, também conhecida como pneumococo. É uma das principais causas de doenças respiratórias graves, especialmente em crianças menores de 5 anos, idosos acima de 60 anos, pessoas com condições de saúde como diabetes, doenças cardíacas e pulmonares, além de imunossuprimidos.
Entre as condições mais conhecidas causadas pela bactéria estão:
– pneumonia: infecção nos pulmões, que causa febre, dor no peito, tosse com catarro e dificuldade para respirar. A pneumonia pneumocócica é uma das principais causas de hospitalização, especialmente em idosos e crianças;
– meningite: infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causando febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, confusão e, em casos graves, pode levar a complicações neurológicas permanentes ou até à morte;
– otite média: infecção do ouvido médio, muito comum em crianças, que causa dor de ouvido, febre e irritabilidade. Pode ocorrer várias vezes ao longo da infância e, se não tratada, pode causar problemas de audição.
Ocorre principalmente por meio de gotículas respiratórias, como tosse e espirros, e pelo contato direto com secreções de pessoas infectadas. Ambientes fechados e com pouca ventilação aumentam o risco de contágio, especialmente durante o inverno e em locais com alta concentração de pessoas.
A vacinação é a principal medida de prevenção contra os principais tipos de pneumococos e suas formas graves.
– Vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10): integrada no calendário infantil do Ministério da Saúde e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado na rotina de vacinação infantil, para crianças a partir de 2 meses e menores de 6 anos de idade.
– Vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13) e conjugada 15-valente (VPC15)*: recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e SBIm. Para crianças a partir de 2 meses de idade, adolescentes, adultos com comorbidades e idosos. O esquema para adolescentes e adultos consiste em dose única de VPC13 ou VPC15, complementando a imunização com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23), que previne doenças causadas por 23 tipos de pneumococos. A partir de 60 anos, a VPC13 ou a VPC15 são recomendadas em esquema sequencial com a VPP23: uma dose de VPC13 ou VPC15, uma dose de VPP23 com intervalo de 6 a 12 meses e outra dose de VPP23 a partir de cinco anos após a anterior.
– Vacina pneumocócica conjugada 20-valente (Prevenar20): indicada para a prevenção de doença invasiva, pneumonia e otite média aguda em crianças em adultos. O novo imunizante,que em breve será disponibilizado no Brasil,fornece proteção contra outros sorotipos ainda não cobertos pelas vacinas anteriores, de relevância epidemiológica no Brasil.
A vacinação contribui também para a imunidade coletiva. Em locais onde a cobertura vacinal é alta, a incidência de doenças pneumocócicas diminui significativamente. Além dessa medida, é essencial realizar a higiene das mãos e ambientes arejados, além de evitar locais fechados e lotados e utilizar máscaras emambientes com risco elevado de transmissão.
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