Centro de Vacinas Pequeno Príncipe alerta para questões importantes sobre o imunizante contra a influenza
A campanha nacional de vacinação contra a gripe (influenza) já começou. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, a coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, a pediatra Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, e o infectologista pediátrico Victor Horácio de Souza Costa Júnior, do Hospital Pequeno Príncipe, responderam às principais dúvidas sobre a vacinação de meninos e meninas.
A influenza é um vírus de potencial pandêmico. Por isso, os médicos enfatizaram a importância de manter a carteira de vacinação atualizada de acordo com o calendário nacional de imunização, principalmente para evitar exposição daqueles que não podem vacinar-se – como crianças menores de 6 meses ou quem está em tratamento após transplante de órgãos.
Cada organismo reage de forma diferente quando infectado com a influenza, e quadros graves podem acometer inclusive crianças. Por isso, a vacina é recomendada anualmente para todas as idades, a partir dos 6 meses. Sua dose é única, e a quantidade aplicada é a mesma para população pediátrica e adulta. No caso de meninos e meninas com até 8 anos e que vão tomar pela primeira vez o imunizante, uma dose de reforço é necessária após 30 dias para fortalecer a resposta imune.
Os imunizantes da campanha de 2022 são distribuídos em duas versões, e ambas protegem contra cepas circulantes identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na rede pública, a vacina trivalente oferece proteção contra vírus do tipo A (mutações H1N1 Victoria e H3N2 Darwin) e tipo B (mutação Victoria). Já na rede privada, é aplicada a tetravalente, composta pelas mesmas cepas da outra versão com adicional de outra cepa tipo B (mutação Yamagata). No processo de fabricação das vacinas, são utilizados apenas fragmentos dos vírus inativados – ou seja, geram resposta imune no organismo humano, mas são incapazes de causar infecção.
A vacina da gripe é segura e faz parte no calendário vacinal brasileiro há mais de 20 anos. Dor no local da aplicação, edema ou febre baixa são efeitos adversos comuns e passageiros. A pediatra Heloisa ressalta que crianças com alergia leve a ovo não terão reações, já que a inoculação realizada durante a fabricação do imunizante deixa traços leves da proteína – bem diferente do ovo em natura. Quadros alérgicos graves, que envolvam choque anafilático, por exemplo, devem ser acompanhados pelo pediatra. Algumas pessoas relatam o surgimento de gripes após a imunização, mas a médica reforça que não é possível ter gripe por causa da vacina, pois é um vírus inativado e que não tem potencial de infectar o organismo receptor. Pode ser apenas uma coincidência de a pessoa estar com um quadro viral anterior ao momento da aplicação, mas ainda sem sintomas.
Normalmente, não há interação entre vacinas aplicadas junto com a da gripe, já que a composição utiliza fragmentos de vírus inativados. No entanto, crianças entre 5 e 12 anos que também receberão imunização contra o coronavírus precisarão aguardar 15 dias entre a dose de cada imunizante. A recomendação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para proteger as crianças e evitar eventos adversos.
Ao contrário do quadro causado pela COVID-19, os sintomas causados pelo vírus da influenza aparecem de forma rápida – geralmente com presença de febre alta que persiste mesmo com aplicação de antitérmicos. Alguns quadros gripais abrem brecha para infecções bacterianas associadas. Por isso, evite a automedicação e procure um pediatra de confiança para aconselhar o melhor tratamento.