A vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença
O Brasil, até o momento, registrou mais de 4.400 casos de meningite em 2025, segundo dados do Ministério da Saúde. No Paraná, já foram confirmadas 14 mortes causadas pela meningite meningocócica, forma mais grave da doença, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. Isso representa um aumento de 250% em relação ao mesmo período de 2024.
A meningite é uma inflamação das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal — e pode ser provocada por bactérias, vírus ou fungos. A transmissão ocorre por contato direto com uma pessoa ou um ambiente infectado.
A doença inflamatória se divide em três principais tipos. A viral é mais frequente em crianças e adolescentes imunossuprimidos, além de ser responsável pela maioria dos casos no Brasil. Já a meningite bacteriana afeta principalmente crianças menores de 5 anos e adolescentes. Esse tipo é a mais grave das meningites, sobretudo as causadas pelo meningococo, com quadro infecioso abrupto e de rápida evolução, podendo levar a óbito imediato, caso não seja tratada rapidamente. Além disso, pode deixar sequelas permanentes, tais como: perda auditiva, dificuldade na aprendizagem, perda de membros, entre outras.
Muitas gerações de crianças e adolescentes foram gravemente afetadas pela doença meningocócica invasiva. Felizmente, nos dias atuais, existem vacinas meningocócicas para os principais sorogrupos do meningococo: ACWY e B.
“Os sintomas costumam ser confundidos com os de outras doenças menos graves. Aos primeiros sinais, procure o atendimento de saúde mais próximo. Isso porque o quadro clínico da meningite, em geral, é grave — e, a depender do tipo diagnosticado, o tratamento pode evitar sequelas da doença”, ressalta a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.
Os sinais clínicos da doença variam conforme sua apresentação e incluem:
– febre;
– vômito;
– dor de cabeça;
– rigidez no pescoço;
– sensibilidade à luz;
– fadiga;
– manchas vermelhas ou roxas na pele.
Em recém-nascidos e bebês, é preciso atenção redobrada caso a criança demonstre irritação, reflexos anormais e letargia — estado de inconsciência em que ela perde totalmente a capacidade de responder aos estímulos externos.
Manter o calendário vacinal atualizado é a principal forma de prevenção contra a doença. Além disso, é importante realizar a higiene correta das mãos, evitar contato com pessoas infectadas e não compartilhar alimentos e itens de higiene pessoal.
Diante do avanço da doença e da circulação dos diferentes sorogrupos da bactéria meningococo (Neisseria meningitidis), o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou, desde o dia 1.º de julho, a vacina meningocócica ACWY como dose de reforço para bebês de 12 meses, além de já oferecer dose de reforço para adolescentes entre 11 e 14 anos.
O esquema vacinal para a prevenção da doença meningocócica invasiva, recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedade Brasileira de imunizações (SBIm), é:
– MenACWY (preferencial)
– Nimenrix, Menveo, MenQuadfi
– Primovacinação: duas doses, aos 3 e 5 meses de idade
– Reforços: entre os 12 e 15 meses, entre os 5 e 6 anos e aos 11 anos
– Para adolescentes até 15 anos não vacinados anteriormente: duas doses com intervalo de 5 anos
– Para adolescentes a partir de 16 anos não vacinados anteriormente: uma dose
– MenB
Bexsero®
– Primovacinação: duas doses, aos 3 e 5 meses de idade
– Reforço: entre 12 e 15 meses de idade
– Adolescentes não vacinados anteriormente: duas doses, com intervalo de um mês
Trumenba®
– Para adolescentes a partir de 10 anos: duas doses com intervalo de seis meses
“Tem-se observado uma mudança de faixa etária de ocorrência da meningite em adultos jovens, universitários e pessoas que viajam com frequência. Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda também a imunização para adultos não vacinados”, reforça a médica.
RPC: Paraná registra aumento de mortes por meningite em 2025
RIC: Importância da vacina
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