Qual é a importância da imunização para os profissionais da saúde?

Cuidar de quem cuida é um dos primeiros passos para garantir um sistema de saúde mais seguro e eficiente

A imunização é uma medida essencial na prevenção de doenças. Para os profissionais de saúde que atuam diariamente em contato com pacientes e agentes biológicos, manter o calendário vacinal em dia é não apenas um cuidado com a própria saúde, mas também um compromisso com a segurança individual e coletiva.

“A vacinação dos profissionais da saúde deve ser tratada como prioridade. Essas pessoas estão na linha de frente, em contato constante com agentes infecciosos e, por vezes, atendem pacientes vulneráveis, tais como neonatos, bebês, idosos e imunocomprometidos. Estar com os imunizantes em dia é uma forma de autocuidado e, principalmente, uma atitude ética com os pacientes, colegas e com a saúde pública como um todo”, comenta a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino.

Por que profissionais da saúde devem vacinar-se?

Os profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, técnicos, dentistas, fisioterapeutas, entre outros – estão expostos a uma variedade de agentes infecciosos durante suas atividades diárias. Dessa forma, a vacinação tem um papel duplo:

– proteção individual: ao serem vacinados, esses profissionais reduzem o risco de contrair doenças infecciosas, que podem ter consequências graves;
– proteção coletiva: a vacinação também previne a transmissão dessas doenças para pacientes, colegas de trabalho, familiares e outras pessoas do convívio.

Quais imunizantes são recomendados para profissionais de saúde?

Sendo assim, o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), e o calendário de vacinação ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam imunizantes específicos para os profissionais da saúde, que incluem:

– hepatite A e B;
– tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
– dTpa preferencialmente (difteria, tétano e coqueluche acelular), na falta de disponibilidade da dT (difteria e tétano);
– influenza (gripe) – com campanhas anuais;
– COVID-19 – conforme atualizações de reforço;
– meningocócicas conjugadas ACWY ou C, dependendo da situação epidemiológica;
– meningocócica B, dependendo da situação epidemiológica;
– varicela, para profissionais suscetíveis

No entanto, outras vacinas podem ser indicadas conforme o setor de atuação e riscos específicos, como o imunizante contra a varicela e a hepatite A.

Atuação institucional na imunização para os profissionais da saúde

A vacinação dos profissionais de saúde não é somente uma responsabilidade individual, mas também uma obrigação das instituições onde atuam. De acordo com a Lei n.º 6.259/1975, que institui o Programa Nacional de Imunizações (PNI), cabe aos serviços de saúde, públicos e privados, assegurar a execução das vacinações obrigatórias, conforme definido pelo Ministério da Saúde. Isso inclui orientar os colaboradores sobre as vacinas recomendadas para suas funções e garantir o acesso às imunizações necessárias. Essa abordagem integrada fortalece a proteção tanto dos profissionais quanto dos pacientes, promovendo um ambiente de cuidado mais seguro e ético.​

Um gesto de cuidado e responsabilidade

A vacinação de profissionais da saúde vai além de uma medida de proteção pessoal. É também um gesto de responsabilidade social e ética. Em um ambiente onde o risco de surtos é real e as populações atendidas são, muitas vezes, vulneráveis, estar imunizado é uma forma de demonstrar compromisso com a saúde pública.

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