O imunizante, aplicado em recém-nascidos, previne o desenvolvimento de formas graves de tuberculose
Uma das vacinas mais importantes para recém-nascidos, a BCG completa quase meio século de imunização no Brasil. Mesmo com a eficácia comprovada, o imunizante teve queda na cobertura vacinal nos últimos anos. Em 2021, foram imunizados 68,6% dos bebês nascidos no país. Neste ano, o Brasil só atingiu 48% de vacinação com a BCG, segundo o DataSUS.
A vacina oferece proteção contra a tuberculose, uma das infecções respiratórias que mais causam morte no mundo. O Brasil faz parte da lista de países prioritários para o enfrentamento à enfermidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste Dia da Vacina BCG, lembrado em 1º de julho, o Centro de Vacinas Pequeno Príncipe reforça a importância da prevenção da doença por meio da vacinação.
“A imunização com a BCG tem um grande impacto no combate à tuberculose. A vacina faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e deve ser aplicada nos bebês. O imunizante possui uma única dose e tem aplicação intradérmica. As vacinas constituem a forma mais eficaz de prevenir doenças graves, por isso manter a caderneta de vacinação em dia é fundamental para a saúde das crianças e familiares”, pontua a coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Giamberardino.
A doença é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que entra no organismo pelas vias aéreas superiores e se aloja principalmente nos pulmões, mas pode atingir outras partes do corpo também, como o sistema nervoso. Embora possa ser classificada em cerca de cinco tipos, a tuberculose é transmitida da mesma forma em todos os casos: pelo ar – por meio de gotículas infectadas liberadas pela tosse, espirro ou fala.
O diagnóstico correto só pode ser feito por um especialista, no entanto a doença apresenta alguns sintomas. São eles: tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, dor no peito, cansaço, febre, sudorese, falta de apetite e, em casos graves, tosse com a presença de sangue. A enfermidade possui tratamento e cura, por isso o diagnóstico precoce é fundamental.
O imunizante Bacilo Calmette-Guérin ou BCG foi desenvolvido por pesquisadores franceses, Albert Calmette e Camille Guérin, por volta de 1920, depois do enfraquecimento de uma bactéria causadora da versão bovina da tuberculose. A primeira aplicação no Brasil foi realizada em 1921, em um bebê recém-nascido de uma mãe com a doença. Em 1977, a vacina BCG foi incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação.