Compreender as vacinas indicadas para cada faixa etária, os cuidados na aplicação e as diferenças dos imunizantes disponibilizados é fundamental para uma imunização eficaz
Com o avanço da ciência e a disponibilidade de diferentes vacinas na rede pública e nos serviços privados de saúde, dúvidas sobre como prevenir doenças comuns em crianças, adultos, idosos e gestantes são frequentes. Dessa forma, a pediatra e coordenadora do Centro de Vacinas Pequeno Príncipe, Heloisa Ihle Garcia Giamberardino, responde às principais perguntas sobre imunização.
Sim. Não existem contraindicações para a realização de mais de uma vacina no mesmo dia. A administração de múltiplas vacinas em uma única consulta não sobrecarrega o sistema imunológico. Somente as vacinas vivas e atenuadas, se não aplicadas na mesma data, deverão ser aplicadas em um intervalo de 30 dias.
Sim. É possível tanto em crianças como em adultos, desde que respeitada uma distância de aproximadamente dois centímetros entre os locais de aplicação. Aplicar no mesmo músculo não compromete a eficácia das vacinas, nem aumenta o risco de eventos adversos. Além disso, permite otimizar a completude do calendário vacinal.
Os efeitos pós-vacina, em geral, são leves, transitórios e autolimitados, tais como dor local, enduração ou edema na pele; e, raras vezes, febre baixa. As vacinas são seguras e submetidas a várias etapas de pesquisa antes da liberação para o uso da população.
É indicado procurar um especialista ou um serviço de saúde mais próximo em casos de febre persistente e alta (maior que 39°C), reações alérgicas na pele, como placas vermelhas de início súbito (urticária), dificuldade para respirar, inchaço generalizado, choro inconsolável ou mudanças no comportamento (em crianças).
Após a aplicação de uma vacina, o antígeno vacinal irá desencadear uma resposta imunológica junto às células de defesa, os linfócitos T e B, estimulando a produção de anticorpos neutralizantes. Cada organismo reage de uma forma diferente, dependendo de fatores como a faixa etária e o próprio sistema imunológico da pessoa. Em geral, em duas semanas ocorre a proteção, pois esse é o tempo que o sistema imunológico leva para criar anticorpos neutralizantes, que barram a entrada dos agentes infecciosos nas células humanas.
O Ministério da Saúde reforça que a principal forma de prevenção da coqueluche é por meio da vacinação de crianças ainda nos primeiros meses de vida. A vacina tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São três doses: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade. Depois, um reforço aos 15 meses e um aos 4 anos. Além disso, há recomendação de imunização de gestantes, a partir da 20.ª semana de gestação, e de puérperas até 45 dias pós-parto. Essa vacina também é recomendada para adultos, crianças e adolescentes.
Na rede privada, há uma versão acelular da tríplice bacteriana, que diminui as chances de efeitos colaterais após a aplicação. Na versão infantil, é aplicada a partir dos 2 meses de idade, com três doses na série primária, aos 18 meses e entre os 4 e 5 anos de idade. É recomendada como reforço a cada cinco anos.
As vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) aos 2 meses incluem hexavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B – Haemophilus influenza do tipo B e pólio inativada), rotavírus e pneumocócica conjugada 13-valente, 5-valente ou 20 valente.
Sim, desde que elas estejam totalmente recuperadas dos sintomas da dengue e sem febre. É importante consultar o pediatra para avaliar o estado geral de saúde antes da vacinação, mas não há contraindicação específica após a dengue para outras vacinas como a da gripe.
O esquema vacinal para COVID-19 muda conforme a idade.
O herpes-zóster (HZ), conhecido também como “cobreiro”, é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zóster (VVZ) no organismo. A doença é mais comum em pessoas acima dos 50 anos de idade ou com alterações de imunidade. O novo imunizante contra o herpes-zóster (Shingrix), com melhor resposta de produção de anticorpos, está disponível somente nas redes privadas de saúde. A vacina é indicada a partir dos 50 anos de idade.
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